domingo, 21 de outubro de 2007

Reflexão

As críticas realmente são inevitáveis. Agora, aceitar críticas é diferente de tolerar escárnios. A partir do momento em que se produz um texto, ele não pertence somente ao autor; pertence a qualquer um, inclusive a quem possivelmente o conteste. Ao contrário do que se pensa, a abertura para sugestões e julgamentos às minhas produções sempre foi uma constante no meu dia-a-dia. Entretanto, dizer que um olhar foi interpretado com proporções gigantescas e errôneas é um dado que não procede. Esta forma de manifestação tem o poder de se exprimir na medida exata, nem mais nem menos. Portanto, se algo foi dito simbolicamente sem a intenção de atingir tamanha proporção é porque assim pensava o seu emissor. Isso pra mim é indiscutível: o olhar não engana. Como eu mesmo já disse, pra viver às vezes eu finjo, pra escrever isso já não é possível. Talvez, por isso, um certo narcisismo acrescido de um senso de perfeição possa ter soado como uma verdade a meu respeito. Isso também, confesso, não passa de um sofisma. A cada dia que passa tomo mais ciência daquilo que desconheço. Já cansei de bater com a cabeça no limite do estreito cerco de conhecimento que possuo. Logo, se em algumas ocasiões me considero acima do bem e do mau, é apenas uma forma de maquiar o complexo de irracionalidade que toma conta de mim na maior parte do tempo. Bom, só me esforcei para escrever isso aqui porque me senti na obrigação de dar um parecer a respeito do acontecido. No entanto, não acredito que cheguemos a um consenso em relação às nossas opiniões. Só acredito em um descanso profundo desse clima tenso que passou a permear o nosso cotidiano. Bandeira branca a partir de agora!

Um comentário:

Agridoce disse...

Ei Gustavo!
Fernando Pessoa, certa vez, disse que "o poeta é um fingidor, pois finge que é dor a dor que deveras sente"... Eu acho que escrever é isso mesmo... um ato de fingir, lembrando as raizes etimologicas do termo...
Não ligue para esses escarnios... o papel aceita tudo!!!
Abração!!!